Antes de entendermos o que é arqueologia pré-histórica, é importante notarmos a seguinte premissa: no Brasil, existe uma divisão entre a arqueologia histórica e pré-histórica. A primeira engloba todo o período antes dos colonizadores portugueses chegarem, e a segunda, o período depois. Ou seja, a colonização consiste no divisor da arqueologia brasileira.
Especialistas estudam a arqueologia pré-histórica no Brasil através de líticos, que são rochas ou pedras. As rochas escolhidas para estudo apresentam marcas de uso das pessoas que viveram naquele sítio arqueológico há muito tempo: 2 mil, 10 mil ou até 20 mil anos atrás. A maioria desses artefatos encontrados são pontas de flecha feitas de pedra lascada. Somente as pontas são encontradas, pois os cabos de madeira não sobreviveram ao tempo.
Um sítio arqueológico que possui muitas lascas recebe o nome de oficina, pois entendemos que ali vários artefatos eram produzidos, principalmente para caça. Além das pontas de flecha, é comum encontrarmos raspadores de pedras, que os caçadores usavam para arrancar a pele dos animais.
O antigo senso comum de que somente os homens da pré-história participavam da caçada está sendo derrubado. Não podemos ser conclusivos ou taxativos quanto a isso, pois existem possibilidades de que as mulheres também caçavam.
Algumas outras peças encontradas em sítios pré-históricos são feitas de pedras polidas, muito mais refinadas do que as lascadas. Eram polidas em um longo processo com areia e água.
E então, gostou de aprender o que é arqueologia pré-histórica? Vamos apenas lembrar que essa divisão de arqueologia histórica e pré-histórica não é amplamente aceita no mundo científico por ser uma divisão colonialista.
Texto: Cris Amarante & Débora Blair
Foto no topo: Sítio arqueológico Grotte de Sabart, França. Fotógrafo: Tim Oun. Fonte: Unsplash.
